domingo, 13 de maio de 2012

Ao meu filho

Gabriel, meu mini-eu, meu coração fora do corpo, será que um dia eu poderei te agradecer por teres me escolhido como mãe? Obrigada meu lindo por ter me transformado nessa pessoa que ainda reluta em aceitar todas essas mudanças, que ainda não acredita que ganhou um presente tão maravilhoso e perfeito como tu.
Tu conseguiu o inimaginável, me transformou numa outra pessoa, uma outra mulher, uma mulher que antes de pensar em si, lembras de ti. Que chora todos os dias de alegria, mesmo se as vezes de puro cansaço. Que ama mais do que um dia imaginou amar. Que passa horas falando com alguém que nem fala ainda. E tem tanto medo de errar que às vezes paralisa. Que come cada segundinho ao teu lado, só para ficar relembrando eles depois. Que sofre por antecedência. Que cuida, que lava, que passa para ti. Que anda, que dorme, que come, que ora, por ti. Que respira e transpira só por ti. Que, principalmente, ama. E ama mesmo, e ama muito, e ama mais do que imaginava, mais do que pensava, mais do que pensou um dia querer e poder. Simples assim: ama.
Que prepotente um dia eu fui, achei que apenas eu me bastava, achei que nenhum amor seria maior ou mais forte do que eu já havia sentido, e quantas idéias pré-concebidas carreguei, e quantas discussões acaloradas sobre o ser e o estar eu tive, e quantos discursos sobre o poder, a felicidade, o ter eu fiz.
Daí tu chega como um furacão e arranca tudo. Joga por terra todos discursos, idéias, sentimentos e me derruba, me deixa de quatro, me deixa sem chão e me faz rever tudo, minha vida, meus ideais, meus planos, meus sonhos. Me dá outra perspectiva, me tira do meu pedestal e me coloca no chão, e me mostra que passei anos como uma boba que achava que sabia de tudo quando na verdade não sabia era nada.
E me faz querer me reinventar, e ser melhor, e ser maior. E não ligar para as coisas que um dia disse, e querer ser diferente e me desconstruir.  E genuinamente me faz não ligar para o mundo, me deixa na minha bolha de felicidade e descobertas, e me pega pela mão e me faz ver um outro mundo, uma outra Jorgea. E azar se faz frio, ou se chove, ou se são 3 horas da manhã e nós estamos brincando de pular em cima da cama quando deveríamos estar dormindo. E - me deixa -  é o que penso dos outros. Não está vendo que estou brincando de ser criança. E que não tenho tempo para ficar triste. E que meu tempo é só do meu anjo.
Meu anjo, tu me proporcionou algo que somente um filho pode dar: uma segunda vida. Pois através de ti viverei outra vida e contigo viverei uma nova vida. E juntos estamos descobrindo o mundo, e nossos papéis. Dessa vez eu assumo o de mãe enquanto tu curte o de filho e vamos juntos descobrir qual é a melhor maneira de vivermos, de sermos.
Desculpa a mamãe se às vezes ela erra, ou faz besteiras, ou fica triste, mas esse papel é novo e ainda estamos nos descobrindo, nos montando como família, mas a mamãe promete que fará tudo e dará tudo para te ver feliz. E desculpa a mamãe por errar, pois isso acontecerá muitas e muitas vezes, mas será tudo com o intuito de acertar.
Eu acho que o dia das mães deveria ser o dia do filho, porque mais do que pensar em mim como mãe eu penso em ti como filho, como personagem principal dessa nova vida que estamos escrevendo, e tem sido tão bom. Posso passar horas somente te olhando, ou brincar até tu te cansar, ou inventar musiquinhas bobas para te dar banho, e contar historinhas fazendo as vozes dos personagens para te divertir, ou ficar inventando brincadeiras para te ver sorrir, e fazer mil vezes a mesma coisa só para te ensinar. E tem sido tão mágico, e tão forte, e tão verdadeiro, e tão profundo.
Hoje é meu primeiro dia das mães sendo a mãe e eu não poderia querer mais nada do que te ter aqui.

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